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2012 - Livro Vermelho 2013

Alstroemeria chapadensis Hoehne EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 13-02-2014

Criterio: B1ab(i,ii,iii)

Avaliador: Lucas Moraes

Revisor: Luiz Santos

Analista(s) de Dados: Danielli

Analista(s) SIG: Marcelo, Thiago

Especialista(s): Marta Camargo de Assis


Justificativa

Espécie endêmica do estado do Mato Grosso (Assis, 2013), sendo restrita à região da Chapada dos Guimarães (Assis, 2009). Apresenta EOO estimada em 525,9 km² e está sujeita a duas situações de ameaça considerando a presença/ausência da espécie em Unidade de Conservação. Apesar de protegida pelo Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, a área de distribuição da espécie está sujeita ao aumento da frequência de incêndios, devido ao manuseio do solo para implementação de atividades agrícolas e de pecuária (sobretudo pecuária extensiva e plantações de soja) (MMA/ICMBio, 2009), o que acarreta um declínio constante da EOO, AOO e da qualidade do hábitat. Dados de 1997 indicam que cerca de 15% da vegetação natural do município de Chapada dos Guimarães deram lugar a atividades agropastoris (MMA/ICMBio, 2009). A contenção das ameaças incidentes é necessária para que a espécie não configure em um grau de ameaça mais severo em um futuro próximo. Investimentos em pesquisas e esforços de coleta são essenciais para uma possível descoberta de novas subpopulações.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Alstroemeria chapadensis Hoehne;

Família: Alstroemeriaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

A espécie foi descrita em Relat. Commiss. Linhas Telegr. Estratég. Matto Grosso Amazonas 5, Bot. pt. 5: 18, pl. 81. É afim de Alstromeria brasiliensis Spreng., da qual se distingue por ter os segmentos do perigônio iguais em forma e de cor amarela ou pintalgados de vermelho, apenas os internos, enquanto aquela tem os segmentos internos mais estreitos e todos pintalgados (Hoehne & Kuhlmann, 1951). Relat. Commiss. Linhas Telegr. Estratég. Matto Grosso Amazonas Annexo 5, Bot. v. 18, t. 81 (1915). (IK).

Distribuição

A espécie é endêmica, encontrada no estado do Mato Grosso (Assis, 2013), na Chapada dos Guimarães (Assis, 2009).

Ecologia

Erva ereta, com até 80 cm de altura. Folhas membranáceas. Inflorescência terminal, formando uma umbela simples ou às vezes composta de flores amarelas. Ocorre em cerrado. Encontrada com flores em março (Hoehne & Kuhlmann, 1951; Assis, 2013).

Reprodução

Coletada com flores em março (Assis, 2009).

Ameaças

7.1 Fire & fire suppression
Incidência local
Severidade high
Detalhes A maioria dos focos registrados no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães são oriundos de causas antrópicas, percebe-se a ameaça que este fator representa para a vegetação e a flora, alterando os processos ecológicos naturais (ICMBio, 2009).

1.1 Housing & urban areas
Incidência local
Severidade high
Detalhes Devido à existência de diversas propriedades particulares e posses dentro do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, a vegetação acaba sendo alterada devido ao uso direto da flora, pequenos desmatamentos, construções irregulares e incêndios criminosos (ICMBio, 2009).

2.3 Livestock farming & ranching
Incidência local
Severidade high
Detalhes Nos estudos realizados para a elaboração do Plano de Conservação da Bacia do Alto Paraguai, em 1997, a vegetação da região do planalto desta bacia foi considerada “em estado lastimável”, devido ao avanço indiscriminado da agropecuária. No município de Chapada dos Guimarães, dados de 1997 indicam que cerca de 15% da vegetação natural deu lugar a atividades agropastoris, sobretudo pecuária extensiva em pastagem plantada de baixa capacidade suporte (ICMBio, 2009).

2.1.3 Agro-industry farming
Incidência local
Severidade high
Detalhes O capital gerado e acumulado pela produção de comodities agrícolas, principalmente a soja, estabeleceu um novo padrão de conversão de cobertura natural, marcado pela grande velocidade e extensão das áreas devastadas. As maiores fragmentações da vegetação estão em áreas onde o solo tem maior fertilidade (ICMBio, 2009).

Ações de conservação

1.1 Site/area protection
Situação: on going
Observações: Presente em Unidade de Conservação, no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (ICMBio, 2009).

Usos

Referências

- Assis, M.C. de 2013. Alstroemeriaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (http://reflora.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB26314)

- ASSIS, M.C. Alstroemeriaceae. In: GIULIETTI, A.M.; RAPINI, A.; ANDRADE, M.J.G.; QUEIROZ, L.P.; SILVA, J.M.C. Plantas Raras do Brasil. Belo Horizonte: Conservaçao Internacional; Univesidade Estadual de Feira de Santana, 2009. p. 47.

- HOEHNE, F. C.; KUHLMANN, J.G. Comissão de Linhas Telegráficas Estratégicas de Mato-Grosso ao Amazonas de 1908 até 1923. São Paulo: Instituto de Botânica de São Paulo, 1951. 400 p.

- ICMBio. Plano de Manejo Parque Nacional da Chapada dos Guimarães. Ministério do Meio Ambiente: Chapada dos Guimarães, MT, 2009. Pp. 1-234.

Como citar

CNCFlora. Alstroemeria chapadensis in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Alstroemeria chapadensis>. Acesso em .


Última edição por Lucas Moulton em 13/11/2014 - 17:06:57